A técnica da Presença consiste em fazer que a ALMA assuma o controle da personalidade integrada e de suas relações horizontal e vertical.
Esta técnica consiste na abertura da flor da intuição (o chacra do coração) que dissipa a ilusão, revela o Anjo (o “Eu Sou”), indica a Presença (Deus, A Divina Centelha no homem) e abre, ao discípulo, o mundo das ideias e a porta para as iniciações superiores.
Quando o discípulo capta e aplica estas ideias divinas ou pensamentos sementes, se converte num verdadeiro iniciado.
Esta técnica está relacionada com a Agni Ioga e, quando é satisfatoriamente seguida, permite que a intuição aflua, e, substituindo a atividade da mente racional, dissipe a ilusão, substituindo-a por ideias divinas formuladas em conceitos que chamamos ideias.
Para chegar a realizar em si esta técnica, o estudante deve ter em conta ou considerar três fatos como realidades:
1) a existência da intuição como percepção superior a razão e acima da lógica;
2) a realidade da ilusão, seja qual for o estágio da percepção mental correta;
3) a influente Presença (a intuição é quem revela esta Presença por meio do Anjo, e quando Esta é revelada e reconhecida, põe fim a ilusão).
As etapas preliminares da Técnica são:
1ª A Evocação = produz-se quando se controla totalmente o “eu pessoal” (a personalidade), de maneira que esteja equipado para fazer contato com o Real.
2ª A Fusão = com a Alma (ou Anjo) que custodia o acesso à senda da evolução superior.
3ª A Meditação = que consiste em manter a mente firme na Luz da Alma.
Estas etapas devem preceder a todo o esforço para desenvolver a intuição. Isto pode demandar vários meses ou anos de cuidadosa preparação. Como estas etapas são próprias da disciplina da Agni Ioga ou Ioga do Fogo, é necessário que o estudante, antes de chegar a elas, tenha se preparado na Raja Ioga.
Para desenvolvermos a intuição e chegarmos a revelação, vamos procurar definir e compreender a ilusão, e como se processa a intuição:
1) A ilusão é necessária como prova e treinamento pela qual a humanidade deve passar para desenvolver o seu poder de discriminar (pares de opostos).
2) A ilusão se processa da seguinte forma:
a) a mente inferior se esforça por perceber a ideia e a registra cada vez com maior clareza.
b) A ideia percebida se transforma num ideal.
c) A mente inferior cria (corporifica) a forma da ideia. Nesse instante produz-se a ilusão. Depois disso vem a distorção da ideia, por várias causas.
3) A ilusão, como percepção da verdade mental interpretada pela personalidade (mente, emoção e sensação) e aplicada segundo seu critério, segue o caminho do engano, da cristalização e da informação errada.
4) Quando envolvida pelo sentimento (calor, vida), se torna excessivamente perigosa, porquanto uma forma mental fria do pensamento se torna uma entidade que possui poder vital e que tudo fará para se perpetuar. (Ler o livro “O Corpo Mental” de Arthur Powell – Editora do Pensamento).
5) A ilusão não pode ser enfrentada nem superada até que o homem tenha:
a) transladado o foco de sua consciência, ao Plano Mental;
b) trabalhado na tarefa de prestar serviço;
c) realizado, de forma consciente e fácil, o alinhamento com a Alma e estabelecido firmemente sua técnica de contato;
d) passado pela primeira iniciação.
Isto posto, estudemos rapidamente a Intuição.
Em primeiro lugar, é preciso compreender que a intuição é, para o mundo de significados o que a mente é para os 3 mundos de experiência.
PLANOS DE CONSCIÊNCIA
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TRÍADE ESPIRITUAL
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Plano Divino
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Plano Monádico
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Plano Átmico
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MUNDO DAS IDEIAS
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Plano Intuicional
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MUNDO DA EXPERIÊNCIA
HUMANA
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Plano Mental
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Plano Emocional
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Plano Físico
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Melhor explicando, poderíamos dizer que a Intuição nada tem a ver com os 3 planos de consciência do Mundo da Experiência Humana, porém com as percepções da Tríade Espiritual e com o Mundo das Ideias.
Em uma volta mais elevada da espiral, a intuição é a expressão da Tríade Espiritual, relacionada com os níveis superiores da expressão divina, sendo o resultado da vida da Mônada – a energia que traz a revelação do propósito divino.
A intuição se processa da seguinte forma:
a) A revelação do propósito está presente na Tríade Superior.
b) A ideia do propósito é “vista” pela mente iluminada.
c) Desce e se reveste com substância do Plano Mental Superior.
d) A Alma lança sua Luz para cima e para fora e o homem torna-se consciente da revelação.
Isto explicado cabe aos intuitivos, então, aprender a empregar, controlar e compreender a faculdade de perceber espiritualmente, de isolar-se divinamente e de responder apropriadamente as características da intuição, que é um poder superior ao da mente, e uma faculdade latente na Tríade Espiritual.
Voltando agora à Técnica da Presença:
Após as 3 etapas preliminares (Evocação, Fusão e Meditação) prosseguem mais 3 etapas que devem ser plenamente compreendidas e constituir a base de uma prolongada cavilação e inteligente reflexão, levadas a cabo enquanto se realizam as ocupações e deveres diários e não somente em determinadas ocasiões:
1) Definido e sustentado esforço para perceber a Presença em todas as formas do Universo. (Este não é o caminho místico da aproximação amorosa e sentimental, porém, o do esforço para ver, principalmente na luz que o Anjo irradia, o ponto de Luz detrás de todas as aparências fenomênicas, transferindo, da visão mística, à percepção a níveis superiores, onde um Sol mais radiante se revela como uma visão ainda mais maravilhosa: a da Divina Presença).
2) Depois, havendo percebido a Presença – não teoricamente, mas em vibrante resposta a sua existência – vem a etapa em que se assegura qual é o Propósito. (Obs.: A esperança de identificar-se com o Propósito, acha-se ainda muito longe para o Iniciado comum de categoria inferior a de um Mestre).
3) Então, submete à "Tríplice Luz" da intuição algum problema mundial ou algum plano para ajudar a humanidade, desenvolvido em sua mente ou desejado por seu coração. Quando isto se realiza com facilidade, mediante a concentração e uma longa prática, produzirá dois resultados:
a) Aparecerá repentinamente na mente alerta do Discípulo ou Aspirante, a solução do problema ou a sugestão que necessita para ajudar a humanidade. (Obs.: A intuição nunca está relacionada com os problemas ou inquietudes pessoais como muitos Aspirantes autocentrados acreditam, por ser puramente impessoal e só aplicável à humanidade em sentido sintético.
b) O Discípulo tem uma visão, ouve uma voz, registra uma mensagem ou algo muito superior a tudo isto e se converte num canal de poder e luz para o mundo, numa personificação consciente da Divindade ou num Custódio de um princípio divino.
As etapas prévias à revelação acima se denominam:
1) Renúncia a seguir o caminho superior.
2) Retorno ao Anjo, ou reenfocamento na Alma.
3) A pausa, ou o intervalo para o pensamento construtivo, influído pelo Anjo.
4) Aplicação da mente na formulação dessas formas de pensamento que devem “corporificar” a revelação.
5) Depois, a “pausa que precede a apresentação”.
6) A apresentação da revelação ou da verdade revelada e sua precipitação no mundo da ilusão. (Nesse mundo sofre a “prova ardente”, onde “passa a prova de fogo”), e:
a) uma parte do fogo dentro daquilo que é revelado regressa à fonte de origem.
b) Outra parte serve para destruir o revelador;
c) E ainda outra parte consome aqueles que reconhecem a revelação.
Esta é a etapa do Agni Ioga que corresponde a aqueles que podem penetrar além do lugar onde está o Anjo e chegar ao “lugar em que mora o fogo”, onde Deus, a Divina Presença, atua como fogo consumidor e espera a hora da revelação total. Esta é, também, a transcrição simbólica de uma grande verdade. No caso do Iniciado individual, a terceira Iniciação (a Transfiguração) assinala a consumação do processo. Só então a glória é vista; a voz da Divina Presença é ouvida e a união com o passado, com o presente e com o futuro é alcançado.
Finalizando, verificamos que muitas vezes a Revelação sucumbe a ilusão prevalecente, desce ao mundo das miragens e desaparece, por conseguinte, como revelação, aparecendo no mundo físico como uma doutrina. Entretanto, apesar disso, a humanidade não deixou de ser ajudada e conduzida adiante; os intuitivos continuam com seu trabalho e a afluência daquilo que é para ser revelado não cessa nunca.
A Tríplice Luz é:
a) a luz formada pela fusão do eu pessoal, enfocada na mente;
b) a luz da Alma enfocada no Anjo;
c) a luz universal emitida pela Divina Presença.
Panyatara
19 de julho de 2000
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