Baphomet. Quando ouvimos esta palavra é comum vê-la
antecedida da palavra mistério, algo vedado ou proibido, execrável e terrível,
perigoso e nefasto, maléfico, demoníaco, satânico, trazendo, ao mesmo tempo,
medo e repulsa.
Sua imagem terrível, com cabeça encimada por dois cornos e fáceis de um
bode preto, aparece de forma desagradável à nossa visão, principalmente porque encima um corpo de certa forma grotesco, coberto de escamas, com seios
exuberantes e um abdome circular, onde duas serpentes entrecruzam-se, beijando
algo semelhante a um prepúcio arredondado, ápice de um falo partindo da região
genital.
De sinistro ainda, duas asas negras e a terminação das coxas e pernas,
também cruzadas, em dois cascos de bode. Está sentado numa pedra cúbica sobre
uma semiesfera; seus braços masculinos tatuados, o direito com a palavra
“Solve” e o esquerdo “Coagula”, apontam aquele para uma lua crescente (deveria
ser o Sol pleno) e, este, para uma minguante.
De positivo apenas os olhos com profunda expressão de, ao mesmo tempo,
sofrimento e doçura.
De intrigante, na testa uma estrela de cinco pontas
e no alto da cabeça, o grosso talo de um loto, donde emanam como que chispas de
um fogo divino e luminoso.
Sua figura grotesca nos lembra algo que deve ser esconjurado imediatamente,
a fim de que nossa integridade espiritual não sofra qualquer agressão, pois
fomos ensinados que, até mesmo o simples ato de nela pensar, nos pode levar
para as profundezas do inferno.
Para as Igrejas Católica Apostólica Romana e
Evangélicas em geral esta imagem representa o Diabo, Satã, o opositor de Deus,
que tudo faz para roubar nossas almas e mantê-las em cativeiro e grande
sofrimento no reino inferior (inferno).
Mas, por que uma imagem com estas características podia existir entre os
Templários, conhecidos na Idade Média por sua alta cultura e devotamento à
causa do Cristo? O que representava para eles? Era somente um ordálio a ser
vencido pelos aspirantes à verdade? Tentando responder a tudo isto,
primeiramente transcreveremos integralmente o texto de uma página muito
elucidativa que encontramos no livro Lúcifer
e Logos de Humberto Rohden:
LÚCIFER E LOGOS [1]
"Como é possível traçar um paralelo entre dois
conceitos tão antagônicos: Lúcifer e Logos?"
Pedimos ao leitor que, por ora esqueça de tudo que
sabe, ou julga saber, sobre Lúcifer, e tome a palavra simplesmente em seu
sentido etimológico como luci-fer, porta-luz.
No mundo físico, os livros sacros identificam Lúcifer
com a estrela matutina, prenúncio do sol; a estrela d’alva é Lúcifer, precursora
de a luz solar.
No mundo metafísico, Lúcifer é a inteligência, como
precursora do Logos, palavra grega para Razão[2], e que o autor do quarto Evangelho identifica com o
Cristo cósmico: “No princípio era o Logos...”
Lúcifer, o porta-luz, é a inteligência (a mente) -
Logos é a luz, o Cristo: “Eu Sou a luz do mundo.”
Quando o porta-luz (a mente) funciona corretamente,
conduz o homem à luz - quando se opõe à luz, torna-se adversário, satã em
hebraico, diábolos em grego.
O Lúcifer humano tem a liberdade de ser adversário da
luz, ou então arauto da luz. Quando Lúcifer hostiliza a luz do Logos, torna-se
satã ou diábolos, inimigo do Cristo. Quando Lúcifer é amigo da luz, torna-se “ángelos”,
palavra grega para mensageiro ou arauto.
Lúcifer, a inteligência, tem a liberdade de ser pró
ou contra a luz, de ser mensageiro ou então adversário do Cristo-Logos.
O destino do homem, na sua encarnação terrestre, é um
teste ou certame, da sua evolução. Disse um escritor moderno que Deus criou o
homem o menos possível para que o homem se possa criar o mais possível. O mais
possível que o homem se pode fazer é cristificar-se; o menos que ele se pode
fazer é anticristificar-se, ou satanizar-se.
Desde que o homem emergiu das trevas noturnas da inconsciência
do Éden e entrou na penumbra matutina da semiconsciência da Serpente, comendo
do “fruto da árvore do bem e do mal”, tem ele suficiente liberdade para
decidir-se pró ou contra a Luz do mundo; desde esse remoto estágio evolutivo
pode o Lúcifer da inteligência humana amar a luz e pode, também, hostilizar a
Luz do Logos.
O Verbo do nosso Eu pré-telúrico se fez carne, aqui
na Terra, na forma do nosso ego, que aqui vive alguns decênios no envoltório da
personalidade humana - para que? Para decidir a sua atitude pró-Luz ou
contraluz.
Nos livros sacros, o Cristo cósmico, o Logos ou
Verbo, é descrito como a primeira e mais perfeita emanação da Divindade, o
“unigênito do Pai” (João), o “primogênito de todas as criaturas” (Paulo de
Tarso). Esta emanação se deu “no princípio”, isto é, anteriormente à criação do
Universo físico[3].
O Cristo-Logos, mais tarde, se revestiu da natureza
humana e apareceu visivelmente no planeta Terra na pessoa de Jesus de Nazaré, e
a tal ponto cristificou o seu Jesus humano que a ele se uniu inseparavelmente.
De maneira que a humanidade existe Cristo-remida na pessoa de Jesus de Nazaré,
e esse Cristo-redenção pode ser o prelúdio para outras Cristo-redenções de
pessoas humanas, suposto que sejam redimíveis.
Cada ser humano é potencialmente o que Jesus é
atualmente: Cristo redimível. Atualizar essa potencialidade Crística é o
destino supremo da encarnação terrestre de todos os homens.
O estágio da nossa vivência terrestre é, pois, o
cenário ou a arena em que o homem se cristifica ou se anticristifica, se
realiza ou não, se decide pró ou contra o Logos. Verdade é que esta vivência
pró ou contra Cristo continua alhures - “há muitas moradas em casa de meu Pai”-
mas o início dessa decisão é a nossa vivência telúrica.
Assim terminam as “Preliminares” do citado livro,
cujas opiniões respeitamos, principalmente pela coragem dos conceitos
enunciados sobre Lúcifer, que ajudam a lançar um pouco mais de luz sobre este
tema tão mal compreendido pela comunidade cristã.
Entretanto, como estamos vivendo um momento
transcendente nos destinos do Planeta, onde os véus dos mistérios mais temidos
e resguardados vêm sendo rasgados sem a menor cerimônia e, considerando a
necessidade de lançar cada vez mais luz nas trevas da ignorância humana, tão
explorada pelas formas inferiores de vida (Qliphoth) e religiões que procuram
escravizar o homem, transcrevemos, também, a adaptação que fizemos do título
abaixo, compilado do capítulo XV do livro “33 GRAVADOS DE ALQUIMIA DESVELADOS”,
de Oscar Uzcátegui, publicado pela Editorial Sol Nascente, de S. Paulo, cuja
leitura recomendamos a todos aqueles que desejam saber um pouco mais, tanto
pela riqueza das gravuras como pelo enfoque dado pelo autor, a cada uma:
TIFON-BAPHOMET
“Eis aqui, de novo, o Senhor que é o ministro do
Altíssimo. Lúcifer, o fogo que se converte em escada para descer ou para subir.
Com a força luciférica, os seres humanos sobem para os céus ou descem para os
infernos mediante os processos involutivos da natureza.
Seus seios femininos, um braço masculino e outro
feminino, nos indicam certamente que a força fohática[4] é neutra. Com esta força podemos cristalizar partes
divinas e sublimes em nossa natureza interior ou cristalizar os inimigos do
eterno em cada um de nós.
Devemos
retirar de Lúcifer a fealdade que está estampada em seu rosto, produto de
nossas abominações vida após vida e devolver-lhe a beleza infantil que outrora
possuía, no amanhecer da vida, quando a raça humana ainda não se havia
degenerado.
Em suas partes sexuais resplandece o Caduceu de
Mercúrio, convidando-nos a trabalhá-lo, a manejá-lo, para ascender para a luz,
como assinala com sua mão direita.
Seus
cornos nos trarão a sabedoria ou experiência do bem e do mal tão logo
transcendamos o estado animal em que vivemos e nos projetemos além do próprio
bem e do que nos parece mal. É um trabalho difícil, mas não impossível.
Nos antigos mistérios, entre os iluminados gnósticos
Rosa-cruzes, havia uma cerimônia de iniciação em que o neófito era conduzido a
certo lugar, com os olhos vendados. Quando lhe tiravam a venda, encontrava-se
em frente de uma enorme estátua do que parecia ser um bode, em cuja fronte,
entre os chifres, brilhava uma Estrela de 5 Pontas (a pentalfa). Recebia então
instruções para beijar o traseiro do animal; ao volteá-lo, então, deparava-se
com uma formosa dama, representando Isis, a Mãe Divina, que o abraçava e o
beijava na fronte, dando-lhe as boas-vindas, e sussurrava-lhe no ouvido: “Chegou a hora em que deves trabalhar com a
serpente. É necessário retirar o fogo do diabo, o bode, mediante a transmutação
dos metais vis em ouro, para que nos convertamos em deuses”.
Assim procedendo, havia triunfado sobre o medo e
sobre os convencionalismos. Porém, quando se opunha a cumprir a instrução
recebida, era considerado um fracassado e retirado do recinto, sem lhe conhecer
o segredo.
O Baphomet ou a
Besta 666
Por Panyatara
Este é o mistério da Alquimia. Precisamos transformar
o bode que vive em nós para que ele permita que o fogo divino[5] que nos pertence produza as condições adequadas para
que a divindade se manifeste plenamente em nossa consciência. Isto será
realizado quando deixarmos de nos alimentar com nossos defeitos (o que nos
enfraquece) e permitirmos que as virtudes prevaleçam em nosso caráter e se
torne o alimento que transformará nossas vidas de forma tal até que Ele se
apresente a nós como colaborador e volte seu rosto, então transformado em luz e
beleza, para o alto.
As inscrições em seus braços nos dizem: Em cima, a
solubilidade do Ser, pela integração da vida numa consciência muito maior; em
baixo, a coagulação, a matéria ainda mais densa, onde a consciência se perde e
falece, aniquilada por vibrações densíssimas; o reino onde a luz não pode
penetrar.
O defeito mais difícil de vencer é o da luxúria,
representado no Arcano 15 do Tarô pela paixão animal.
Lúcifer é o mesmo Baphomet dos Templários e o Tifon
dos Mistérios Egípcios. Seu nome deve ser lido de trás para diante
(TEM-O-H-P-AB) e suas letras-símbolos significam: TEMPLI, OMMUN HOMINUM PACIS
ABBAS, quer dizer: O Pai No Templo[6], Paz Universal nos Homens.
Sabemos que, além do corpo físico, dos afetos e da mente,
está o Logoi interior, o Divino.
Inquestionavelmente ele é o Inefável, o Real. Esta parte divina projeta sua
própria sombra, sua própria reflexão, dentro de nós mesmos, aqui, agora e
sempre. Obviamente, tal sombra, tal reflexão lógica, é o treinador psicológico,
Lúcifer, o Testador.
Cada um de nós tem seu próprio Lúcifer particular. É
ele que nos tenta com o propósito de nos apurar, de nos educar; só assim é
possível que as virtudes brotem. O importante é não cair em tentação e, por
isso, devemos rogar ao Pai dizendo: “Sustenta-me nas provas”. Só mediante a
luta, o contraste, a tentação rigorosa e a forte disciplina esotérica podem
brotar, em nós, as flores da virtude.
Cabe-nos agora perguntar: Onde está a maldade de
Lúcifer? Se não existisse a experiência, como poderíamos conquistar a maestria
dentro de nosso universo pessoal? Quanto mais fortes forem as provas, maiores
serão as virtudes e o conhecimento da Alma dentro de seus domínios. Não sejamos
o Rei que nunca sai de seu palácio. Busquemos conhecer nosso reino
minuciosamente e onde houver um súdito necessitado ou uma obra a ser feita,
participemos, deixando que nossos raios divinos transmutem todas as
imperfeições e os filhos pródigos de nosso reino voltem a participar do
banquete da vida em nossos corações.
E o que poderíamos acrescentar para proporcionar
ainda melhor entendimento da simbólica figura do Baphomet àqueles que buscam?
Primeiramente, ela contém um dos mais bem guardados segredos da Ciência
Espiritual, daí ter sido utilizado o recurso de escondê-lo sob uma figura que
afastasse todos aqueles ainda não preparados para conhecê-lo.
E poderíamos acrescentar: que recurso seria melhor do que a figura
daquele que os mais figadais inimigos da Verdadeira Ciência tanto abominavam?
A eleição da figura do Grande Bode de certa forma era perfeita, pois
tanto afastava seus inimigos naturais, ou seja, aqueles que ainda não possuem o
valor requerido e a grandeza necessária para ver o belo no feio, bem como a
eleição desta figura permitia manter o “secreto
secretorum” da mensagem que se pretendia dar, considerada, na época, o
“Grande Arcano” de todas as escolas espiritualistas, guardado a sete chaves
pelos verdadeiramente iniciados e somente revelado aos “eleitos por sua própria vontade”.
E qual era esse segredo?
A base do mesmo (e só podemos falar sobre sua base) está localizada na
região sacra do corpo humano, Templo Divino ainda não devidamente honrado pelo
ser humano, servindo de apoio, sustentáculo ou princípio da Escada de Jacob
que, galgada desde a sua parte mais inferior, eleva o homem à estatura do
Cristo, o único caminho que permite ao homem penetrar no céu em corpo humano,
ou seja, o mistério da ascensão de Cristo, tão incompreendido ainda entre os
católicos e mesmo entre os espiritualistas, que o negam por não conhecerem este
detalhe.
E como a resposta ainda parece estar envolvida numa metáfora, voltamos a
perguntar: que segredo é esse?
Bem, entre outros segredos
encerrados na figura do Baphomet, está o fato de que sua cabeça foi desenhada exatamente
sobre a forma do cóccix humano (as 4 vértebras soldadas, onde, exatamente
em seu final, nasce o centro denominado raiz ou básico (Muladhara), reduto da
energia libertadora ou escravizadora do homem (Kundalinî).
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Isto era conhecido somente pelos verdadeiramente Iniciados; cientes dos poderes que essa energia confere ao homem (tanto para o bem como para o mal) tudo faziam para esse segredo não caísse em mãos indevidas, principalmente dos inexperientes e “aprendizes de feiticeiro”, que pensam poder manipular esta energia como se fosse uma vara de condão e resolver todo o processo de iluminação do ser humano apenas com práticas sexuais. Estes, sem conhecer seu valor e seu poder, geralmente a utilizam indevidamente e acabam destruídos por ela mesma, depois de pavorosos sofrimentos, tanto neste mundo, como naqueles de consciência mais sutil.
Porém, o detalhe mais importante da figura do Baphomet é a sua representação como a própria Kundalinî (a força Luciférica) e todas as suas implicações, conforme fica explicitado nos detalhes de sua imagem, que relacionamos abaixo para a conclusão do estudante, deixando, entretanto, as ilações a serem daí retiradas a cargo de cada um:
· Um braço masculino, e outro feminino.
· As duas palavras tatuadas nos braços, uma indicando a sutilização e a outra a materialização.
· O Caduceu de Mercúrio partindo de suas partes genitais.
· O círculo tramado e a circunferência indicando o baixo ventre.
· Os seios.
· Os dois chifres, que também ornam a cabeça da escultura de Moisés feita por Michelangelo e o retrato de Cristo, na Basílica de Vézelay (França).
· A Pentalfa em sua fronte.
· O talo grosso do loto e a luz ígnea que emana do mesmo, no alto da cabeça do Baphomet (observar que este talo nasce exatamente onde a coluna vertebral se encaixa sobre o cóccix).
· Suas duas asas negras.
· A representação das duas fases da lua (crescente e minguante).
· O significado esotérico da pedra onde está sentado o Baphomet.
· O semicírculo encimado pela pedra cúbica.
Após estes esclarecimentos, cabe ao Aspirante desenvolver os valores da mente e do coração e compreender que THELEMA é vontade e não misticismo e, tanto o pieguismo religioso como os excessos lúbricos jamais o levarão a qualquer outro lugar que não seja o atraso espiritual e a animalização de seus poderes divinos. Acima de tudo é importante aprender as lições dos grandes Instrutores da Humanidade (Krishna, Buda, Cristo, etc.), pois elas sutilizam nossas energias e, sem essas lições, tenderemos à coagulação, que nos atará aos planos inferiores da vida durante milênios.
· Um braço masculino, e outro feminino.
· As duas palavras tatuadas nos braços, uma indicando a sutilização e a outra a materialização.
· O Caduceu de Mercúrio partindo de suas partes genitais.
· O círculo tramado e a circunferência indicando o baixo ventre.
· Os seios.
· Os dois chifres, que também ornam a cabeça da escultura de Moisés feita por Michelangelo e o retrato de Cristo, na Basílica de Vézelay (França).
· A Pentalfa em sua fronte.
· O talo grosso do loto e a luz ígnea que emana do mesmo, no alto da cabeça do Baphomet (observar que este talo nasce exatamente onde a coluna vertebral se encaixa sobre o cóccix).
· Suas duas asas negras.
· A representação das duas fases da lua (crescente e minguante).
· O significado esotérico da pedra onde está sentado o Baphomet.
· O semicírculo encimado pela pedra cúbica.
Após estes esclarecimentos, cabe ao Aspirante desenvolver os valores da mente e do coração e compreender que THELEMA é vontade e não misticismo e, tanto o pieguismo religioso como os excessos lúbricos jamais o levarão a qualquer outro lugar que não seja o atraso espiritual e a animalização de seus poderes divinos. Acima de tudo é importante aprender as lições dos grandes Instrutores da Humanidade (Krishna, Buda, Cristo, etc.), pois elas sutilizam nossas energias e, sem essas lições, tenderemos à coagulação, que nos atará aos planos inferiores da vida durante milênios.
Vivemos agora nos albores da Era de Aquário, quando os valores do 7o. Raio[7] começam a substituir aqueles construídos pela mente encarcerada no devocionalismo imperante na Era de Peixes. Dessa Era, durante a qual preponderaram as energias do 6o. Raio (Devoção e Idealismo), resta os ensinamentos daqueles que viveram seu aspecto superior (Idealismo), como o foi o Mestre Jesus, Mahtma Ghandi, Platão, Pitágoras e muitos outros, anônimos, que souberam trazer à humanidade seus valores na crença da Divina Criação e na necessidade do ser humano inteirar-se de sua própria Divindade, para poder alcançar a liberdade e ser feliz.
Entretanto, os homens ainda continuam buscando salvadores fora de si mesmos, pela comodidade dessa posição emocional, que os livra dos maiores esforços para desenvolver uma mente capacitada e um coração generoso em suas manifestações de vida.
Os Mistérios religiosos que agasalhavam suas mentes, pouco inquiridoras, se desfazem a cada dia, revelando belezas de uma simplicidade e grandeza que nos fazem amar o que antes temíamos. Os homens estão sendo revelados a si mesmos.
De acordo com os Evangelhos, o Mestre Jesus pregou a natureza divina do ser humano e apontou, em diversas passagens, que “nada há encoberto que não venha a ser revelado nem oculto, que não venha a ser conhecido (Mt. 10, 26) e “ninguém, depois de acender uma candeia, a põe em lugar escondido, nem debaixo do alqueire, mas no velador a fim de que os que entram vejam a luz” (Lc. 11, 33). Estamos na época em que o Espírito da Verdade, o Consolador prometido, chega para nos dizer as coisas que antes não estávamos preparados para ouvir nem entender.
O MISTÉRIO DO BAPHOMET FICA AGORA REVELADO. Sempre fez parte de nossa natureza humana e nele se assenta nossa própria divindade! Precisamos revelá-lo, daqui por diante, em sua beleza de outrora, quando Lúcifer, a Estrela Dalva, em toda a sua radiosa beleza, veio, por amor, santificar nossa animalidade, trazendo-nos o fruto da árvore do bem e do mal. Cabe ao homem, agora, redimir Lúcifer, fazendo que sua energia suba do cóccix à cabeça, ou seja, tirando-o de sua prisão material e elevando-o à sua morada celestial; não podemos mais culpá-lo, senão louvá-lo, por nos ter tornado semelhantes aos Anjos, ou melhor, nos tornado Deuses.
Lúcifer[8] é o Anjo da Divina Estrela. Que esta brilhe em nossas frontes por toda a Eternidade.
[1] O título e a autoria do artigo acima transcrito pertencem
as “Preliminares” do livro “LÚCIFER E LOGOS” de Humberto Rohden,
publicação da Editora Alvorada.
[2] No sentido de sabedoria, conhecimento real da verdade.
[3] O posicionamento
contrário da Igreja em desfavor de Lúcifer aproveitou-se, entre outras coisas,
do próprio símbolo de Vênus d alegando que
“Lúcifer, ou Satã. pisa a Cruz”, enquanto, na verdade ele significa um planeta
redimido (como é o caso de Vênus) pela cruz, já que a humanidade desse Planeta
encontra-se num estágio evolutivo muito além do experimentado pelo planeta
Terra, incompreensível para a maioria dos humanos, ainda semianimais em sua
jornada para a Luz. Vênus, na verdade, é o mais oculto, potente e misterioso de
todos os planetas; sua relação com a atual humanidade terrena é fantástica e
bastaria apontar a origem do Rei do Mundo.
Ainda sobre Vênus,
podemos acrescentar que:
a) A cruz ansata é também
o símbolo astrológico-planetário de Vênus, “significando a existência da energia parturiente, no sentido sexual, sendo
este um dos atributos de Ísis, a Mãe de Hórus, e de Eva, Hauvah, ou a Mãe
Terra”.
b) Pitágoras a chamava o “Sol alter” (o outro Sol).
c) Na Cabala, “Dos 7
palácios do Sol”, o de Lúcifer-Vênus é o 3°, e o Zohar faz dele a
mansão de Samael, ou seja, aquele que, sob o disfarce de uma serpente, seduziu
Eva. Entretanto, a verdadeira Ciência Espiritual coloca Vênus como protótipo da
Terra e existe uma afirmação mantida de acordo com a Igreja latina longe dos
profanos, que diz “Todo pecado que se
comete na Terra é sentido pelo Regente Planetário de Vênus”. Enquanto
Mercúrio é o “Observador”, Lúcifer-Vênus é o Espírito Guardião da Terra e dos
homens. (Todas as modificações que ocorrem em Vênus são sentidas e refletidas
espiritualmente na Terra).
[4] A força ativa (masculina) da deusa Shakti,
que é a energia dinâmica passiva da Ideação cósmica.
[5] A essência da eletricidade cósmica; a luz primordial.
[6] Templo: o Corpo Crístico.
[7] Raio
do Ritual e da Magia, que exigirá mentes de alto desenvolvimento e vontade
superior, capazes de vivenciar a consciência do EU SOU. Esta será a característica da nova humanidade.
[8] Abaixo transcrevemos a explicação do verbete “Lúcifer” do Glossário
Teosófico (Editorial Kier, B.Aires), de autoria de H. P .Blavatsky:
“Lúcifer – O
planeta Vênus era considerado como a brilhante “Estrela matutina”. Antes de
Milton, nunca Lúcifer foi um nome do Diabo. Ao contrário, foi considerado (ver
Apocalipse, 22, 16) como o Salvador Cristão, quando diz: EU SOU... a
resplandecente estrela da manhã”, ou Lúcifer. Um dos primeiros Papas romanos
fazia-se chamar por este nome e existiu, no século IV uma seita cristã
denominada Os Luciferinos.
Lúcifer vem de Lucíferus, portador de luz, o que ilumina e corresponde
exatamente a palavra grega Phosphoros.
Atualmente a Igreja dá, ao Diabo, o nome de “trevas, enquanto que no Livro de Job ele é denominado “Filho de
Deus”, a brilhante Estrela matutina, Lúcifer. Há toda uma filosofia de
artifício dogmático na razão do por que o primeiro Arcanjo, que surgiu das
profundezas do Caos, foi chamado Lux (Lúcifer), o luminoso “Filho da Manhã” ou
Aurora manvantárica. A Igreja o transformou em Lúcifer ou Satã porque é anterior
ou superior a Jehovah e precisava ser sacrificado ao novo dogma. Lúcifer é o
portador da luz de nossa Terra, tanto no sentido físico como no místico. Na
Antiguidade e em realidade, Lúcifer,
ou Lucíferos, é o nome da Entidade Angélica que preside à Luz da Verdade e,
identicamente, a luz do dia. Lúcifer é Luz Divina e Terrestre, o “Espírito Santo” e Satã ao mesmo tempo.
Está em nós; é nossa Mente, nosso Tentador e Redentor, o que nos livra e salva
do puro animalismo. Sem este princípio (emanação da essência do puro e divino
princípio Mahat, a Inteligência Universal, que irradia de um modo direto a
partir da Mente Divina), com toda segurança não seríamos superiores aos animais
hoje existentes. Finalizando, podemos dizer que Lúcifer e o Verbo são um só, em
seu aspecto dual.
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